Às vezes não sustenho as lágrimas que teimam em deslizar-me face abaixo e não controlo a voz embriagada da dor que sinto.
Tenho dentro de mim uma tristeza profunda e silenciosa, que desejo esconder dos outros não vão toma-la como uma falha de carácter. Penso para mim que por mais que diga, tu não ouves, por mais que cale, tu não sentes. Não consigo expressar por palavras o que sinto, e escrevo, escrevo, escrevo vezes sem conta. Talvez escreva porque ninguém ouve, e permito-me expressar sem medo, essa força misteriosa que me rouba a alegria e o sono, o que tenho cá dentro, de mais íntimo que não mostro a ninguém. Ainda hoje sinto o reflexo do meu pânico perante uma realidade inesperada e incomoda que nunca quis aceitar e que ainda hoje me atormenta (e atormentará sempre). Sabes que já fui muito parecida contigo? Sim. Chegando, eu mesmo a pensar que exactamente por esse mesmo motivo é que chocava-mos tanto, estava errada, mais uma vez estava errada. Tentei por diversas vezes chegar a ti, falando-te baixinho, como uma criança na sua pura inocência segreda a um adulto. Falamos sempre baixo, quando queremos que acreditem nas nossas palavras, e nem assim nos conseguimos entender, só discutimos, trocamos palavras frias e amargas, e mesmo assim tanta coisa fica por dizer.. Tenho plena consciência que, o que fica por dizer é muito pior do que tudo o que se disse, mas existe um medo tão grande de enfrentar a verdade que se deixa subentendido tudo aquilo que é demasiado duro para ser dito. Chego a duas conclusões, não conseguimos manter um diálogo como adultos que somos, como pai e filha que, feliz ou infelizmente somos, e que entre nós talvez não aja entendimento possível. Choro, grito, berro de raiva porque farto-me de tentar, e to sempre mas sempre a levar para traz, nunca nada é bom o suficiente para ti, e o incrível da situação e que eu ainda me sinto culpada por isso. Sei que não sou a filha que outrora amas-te (segundo dizem) ou que sempre desejas-te, mas diz-me, explica-me como e que eu posso querer amar uma pessoa que no fundo me faz mal? Há discussões que por mais violentas que sejam, sabemos que depois se dissipam e não deixam marcas, e a outras que marcam a nossa vida. Hoje sei, apesar de não querer aceitar, que somos seres distintos, temos ideais antagónicos, tão diferentes que nem sequer conseguimos (podemos) estar nos mesmos sítios. Apesar de tudo e, usando a ironia como ultima arma, digo-te sem qualquer pudor, de forma subtil mas devastadora de prisão para o espírito, citando palavras da minha escritora preferida, que (ainda) espero por ti porque sei esperar, ha uma voz firme e insistente que me pede para esperar por ti, mesmo não sendo tu merecedor de tal espera, mesmo sabendo que só me posso magoar, e o quão longa e inglória possa ser a minha espera.
Achas o tempo util para curar mágoas. Eu cá, acho o tempo util para esquecer e seguir
Obrigada a ti se era tal facto que pretendias (L)
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