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Acordo todas as manhãs com este zumbido e a certeza de que tenho que me desprender deste sentimento, que me mantem presa a ti. Cansada de me convencer que, apesar e acima do teu individualismo estava a tal inevitabilidade a que nos submetemos e chamamos amor. Pensei que, com todo o amor que sentia por ti te iria suavizar o coração e de alguma forma fazer parte do teu equilíbrio, tornando-me subtilmente indispensável. Nunca me enganei tanto. Mas só agora percebo que o teu amor por mim não foi uma inevitabilidade, mas uma escolha. Alguém que te chamou a atenção e que um dia decidiste que querias atravessar, com a intuição certeira de um animal selvagem que procura refugio temporário, quando está cansado. Sei que quando eras pequeno(adolescente)arrancaram uma parte de ti, e desde então ficaste incompleto e perdeste, quem sabe talvez para sempre, a capacidade de adormecer nos braços de alguém sem que penses no perigo de ficar na armadilha do carinho para todo o sempre. Não, o teu amor por mim, volto a dizê-lo, não foi uma inevitabilidade, mas uma escolha feita com a leveza e a frontalidade com que fazes tudo na vida. Por isso te foi tão linear - e repara que não escrevo a palavra fácil - escolher outro caminho. Mas não foi assim para mim. Entraste a 200 à hora na minha vida, e quando te vi pela primeira vez a passar a porta da minha casa onde tudo começou, deixei-me levar por essa inevitabilidade, submetendo-me a tudo o que depois se seguiu, e chamando-lhe amor. Um amor total, gratuito, despojado, com o corpo, a cabeça e o coração todos enterrados lá dentro."
Margarida Rebelo Pinto - Alma de passaro
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Ainda hoje, passados quase 3 anos, eu ainda te amo. Paixões? Sim, dessas já tive muitas, mas Amar?Amei um só, com uma certeza desesperada de que era aquele, o tal, o Unico. Ainda sinto o teu cheiro em mim, o calor da tua boca junto da minha, ainda me lembro do teu sorriso quando estavas comigo, da forma inocente e genuina como me pedis-te em namoro, dos nossos encontros e desencontros, dos nossos passeios sempre de mão dada, sempre juntos um ao outro, daquela vez que durmis-te cá em casa e quando acordas-te eu abri a porta do meu quarto, trazia vestida apenas uma camisola tua. Tinha adormecido comigo, naquela noite adormeci a sentir o teu cheiro no meu corpo desejando ardentemente que estivesses ali para me aquecer, e adormecer junto e abraçado a mim, coladinhos formando um só. Quando te vi sorri, aquele sorriso parvo de menina caracteristico dos apaixonados, tu retribuiste-me com um sorriso cumplice, sem poder-mos dar aquele beijo que tanto ansiavamos, não fossem os meus país perceber que ali se passava alguma coisa. E eles perceberam muito antes de nós, tu bem o sabes...
Ainda hoje penso nos momentos que eras tu e eu, é mais facil esperar do que desistir e....
Desculpa, não te consigo escrever mais. Passados 3 anos, ainda nao me consegui desprender de ti, as lágrimas já me invadem o rosto..
Fiquei presa no passado. Estagnei. Fiquei parada no tempo e tenho que superar. Tenho que encontrar os pedaços do meu coração partido, que nunca recuperei e nao sei se alguma vez recuperarei, que vagueiam algures por aí ..
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