Quem não as tem? Quem não as vive? Quem não as esconde?
Todos temos cicatrizes, e traumas e grandes desilusões segredos que guarda-mos, e, nem sempre é fácil falar. Esse é o teu grande problema falar. Não falas, guardo tudo para ti , Crias-te uma barreira entre ti e o mundo, e isso deixa em ti marcas que nem tu próprias tens noção.
O nome disso sabes qual é? É medo. O medo é uma arma muito poderosa, devora-nos e consome-nos até nós não ter-mos mais forças. O medo que tu tens vai-te corroendo e matando aos pouco, mesmo sem tu te aperceberes, sugando todas as tuas energias. O teu medo faz com que te acobardes perante a vida e perante os outros. Tu tens medo de te mostrares ao mundo tal como és. Tens medo que te julguem, que te apontem o dedo por te teres sujeitado a situações ingratas, e imperdoaveis. Tens medo de partilhar as coisas, os sentimentos, os momentos maus, agressivos a tua emoção. Tens medo que não te compreendam e que se afastem de ti. Tens medo de abrir o teu coração e deitar para fora toda a magoa que tens, toda a tristeza que te consome, e todo o sentimento que tu tão insistentemente calas. Tens medo de terem pena de ti. Tens medo de te expores. Tens tantos medos. Mas o principal medo é que aqueles que consideras teus amigos fiquem decepcionados contigo, te abandonem.
Sabes,, há muita coisa por resolver que às vezes nos marca e fica dentro de nós, as tais cicatrizes e magoas, momentos em que nós dizemos que sim, que ultrapassamos e não vamos mais pensar naquilo ou naquela situação mas, quando nós próprios nos negamos a ver e a viver uma situação porque nos magoa muito e porque na altura nós dizemos que somos fortes e que conseguimos ultrapassar, esse sentimento ou essa angustia ou esse passado persegue-nos e vem atrás de nós. Aí nós assustarmo-nos porque pensava-mos que já estava tudo resolvido, mas não está. Nós fomos “tapando os buracos” até poder-mos, até conseguir-mos, durante o máximo tempo, apenas isso, mas até quando conseguire-mos nós viver assim” tapando buracos”?
Quando é chegado o momento de confrontar os nossos maiores traumas e cicatrizes, porque esse momento irá chegar por mais que tu faças, por mais que tu cales, por mais que tu sintas, por mais que tu não queira e tenhas medo, nós, temos obrigatoriamente de viver as coisas temos de saber ou perdoar, ou deixar ir, ou e principalmente perdoar-nos a nós próprios. Temos de viver aquele momento, aquela situação, aquele sentimento não podemos estar sempre a passar por cima das nossas cicatrizes, das nossas magoas, dos nossos sentimentos, porque, a verdade é que, mais cedo ou mais tarde elas rebentam dentro de nós.
No dia em que já não te custe olhar para trás, para a cicatriz, em que já não sintas medo de te expor, quando já não te custar falar, no dia em que conseguires deixar de lado essa barreira entre ti e o mundo e já não te doa mais, quando conseguires pela primeira e ultima vez "olhar" para a cicatriz sem chorar, ou sem sentir um vazio e uma mágoa enorme no coração, então nesse dia, a cicatriz apenas irá servir para olhares para ela e não cometeres o mesmo erro, e para veres e perceberes o quão forte tu és.
Talvez seja mesmo isto que eu tenho que fazer, não sei como nem quando, mas a vida ajudarme-a encarar todas estas cicatrizes, a ser muito mais e melhor. Até lá . . .
( Vi o amanhecer, e chorei.,,
Não sei se hoje ou amanha,
mas um dia eu encontrarei o rumo
da minha vida,
Um dia ...)
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